Governança é a palavra de ordem no setor público e no setor privado.A governança corporativa se faz presente hoje nas principais empresas que entram para o mercado de ações, cada vez mais exigente em critérios como transparência e modelos de gestão, contabilização e relacionamento com o investidor, agora também dando atenção aos minoritários, antes relegados ao segundo plano. Já a governaça pública vai de mal à pior.
Sem as reformas de base tão propaladas pela situação e oposição, nas várias etapas de transição, e que já se tornaram consenso portanto, não há como avançar neste campo, e pior, há que se regredir, involuir, como tem acontecido incontestavelmente.
O aparelhamento do Estado, que se torna o maior empregador do país, cujos cargos são avidamente cobiçados e disputados pela população em geral, notadamente os recém saídos das universidades, somado aos cargos de confiança, em números exorbitantes e cada dia maiores, dão a exata dimensão do problema.
Os recordes sucessivos de arrecadação e ainda maiores de gastos improdutivos do governo assustam pela sua magnitude, exponencialidade e vigor.A inclinação do atual governo ao populismo se estende agora perigosamente para a área empresarial, com um número abusivo de renúncias fiscais e interferência estatal em prol deste ou daquele setor , em detrimento do papel do Estado, que deveria se resumir ao papel de regulador de mercados, com agências fortes e bem organizadas, comnduzidas por servidores de carreira do Estado.
Esta ação deplorável tende a favorecer politicamente o grupo instalado no governo, uma vez que atendendo aos anseios de empresários muito bem organizados dentro de suas estruturas representativas de classe e ao mesmo tempo provendo pão e circo para a população de baixa renda , através de programas insuficientes, demagogos e sem futuro que proporcione a saída do círculo vicioso desta população, que é criminosamente mantida inculta e desassistida dos fundamentos elementares para a cidadania.Este estado de coisas está literalmente proporcionando ao grupo dominante a condição de sobrepor a constituição da república, à qual deveriam se ater na busca de uma melhor governaça, e levando-os a despresar a alternância do poder, cuja bandeira ardentemente defenderam enquanto oposição.
O poder seduz, o poder fascina, mas se entorpecem os governantes, o antídoto ministrado pela população são as urnas. Voto consciente a cada dois anos pode mudar definitivamente o país e torná-lo o país do presente.
Há uma geração era o país do futuro, e a um custo inestimável desta atual geração, que conviveu com todo o tipo de crise política e institucional, desde canhão até inflação, chegamos aqui.
Não é mérito deste ou daquele, mas da coletividade, da nação, do país, do Brasil.
Lula antes de deixar o governo deveria calçar as sandálias da humildade e reconhecer isto, talvez refletindo sobre todas as manifestações de anônimos que proporcionaram sua blindagem na didatura, sua liberdade, sua ascenção e popularidade. Isto pode fazer a diferença de como vai ser enxergado pelas gerações futuras.